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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Uma semana diferente com Maya, Julie, Daniel e pessoas aleatórias de Oure

A semana começou normal, com o mau humor sem tamanho da segunda feira depois de uma noite mau dormida. Primeira aula de física, não que eu preste atenção, mas até aquelas continhas no quadro estavam me tirando do sério. O pessoal da sala estava me olhando meio torto por conta de uns acontecimentos do final de semana e gente que nunca olhou na minha cara veio falar comigo, vai entender... Na hora do almoço Maya veio me perguntar se eu ia ver a apresentação de dança com o pessoal. Eu não estava nem um pouco afim de viajar duas horas, ver mais uma apresentação sem noção de dança moderna e depois voltar master tarde pra casa. -Como não???? Você TEM que ir!!! É o ballet REAL da Dinamarca! Meus olhos até brilharam -Ballet? Ballet clássico? -Sim! Les Silfides e Sinfonia IC do Balanchini! -BALANCHINI??? EU VOU! Mas como eu ia fazer? Meus hosts não sabiam de nada, era muito tarde para eles me buscarem e eu não tinha nada pra dormir lá, não tinha roupa de ballet pro dia seguinte... Mas ai aquele

Luiza Padovezi pela visão da Maya

Maya, uma das minhas melhores amigas aqui, apareceu na tal festa de sábado bem rapindinho. Ela chegou bem tarde e saiu logo em seguida, mas ela me viu e eis o que ela me contou: "Eu cheguei mais cedo em Oure do que o normal e me disseram que estava rolando uma festinha no café. Eu desci e tomei o maior susto: Todo mundo estava vestido com as fantasias mais estranhas possíveis mas agindo de maneira normal sentados em suas respectivas cadeiras bebendo. Quando andei mais um pouco vejo uma pessoa sem fantasia, a única pessoa sem fantasia da festa, e essa pessoa estava agindo feito louca, a única dançando e pulando. Achei a maior graça." Adivinha quem era essa tresloucada?

Fazendo valer a pena

Uma semana nessa nova família já se passou. Gosto muito deles, a casa é bem bonita e os pais me tratam super bem, mas me sinto totalmente fora de lugar, como se não fizesse parte daquilo ali, fico perdida sem saber o que fazer e acabo me excluindo no quarto. Meu pai trabalha muito e minha mãe não sei o que ela faz o dia inteiro, os dois irmão mais novos ficam o dia todo jogando vídeo game e jogos de computador e meu irmão mais velho fica o dia todo e TODOS os dias com a namorada dele. Sério, eu não sei como eles aguentam ficar tanto tempo juntos! A menina dorme aqui quase todo dia, passa o final de semana todo aqui, viaja com eles, vai com ele pra qualquer lugar(eles inclusive são da mesma sala!) e ela está aqui até quando ele não está. Poderia ser agradável se ela falasse feito gente e não com aquela voz de criança que me tira do sério, não ficasse dando pulinhos pela casa e não fosse tão irritante. Fico perdida em uma família tão grande, tão perdida que quinta passada chorei horrores

Terceira família

Sim, mudei, mais uma vez tive que colocar tudo na mala, limpar o quarto, jogar coisas que não precisava mais no lixo, devolver coisas emprestadas...tudo isso de novo. Mas dessa vez fui bem mais organizada, não deixei tudo pra última hora como da última vez, deve ser porque da primeira vez eu não queria deixar aquela família de jeito nenhum e agora eu nem ligava tanto. No sábado antes da mudança minha host avó fez uma pequeno jantar de despedida, foi legal, eu gosto muito dela. No domingo nem parecia que eu ia me mudar. Acordei normalmente, tomei café sozinha porque sempre acordo mais tarde, fui pro meu quarto terminar de arrumar, almocei e estava pronta pra ir. Da primeira vez todos me esperaram acordar para tomarmos café juntos, ganhei presentes e cartões. Sem contar que minha mãe ajudou em tudo pra arrumar mala. Na hora de ir, os três meninos estavam vendo TV. Anthon se despediu normalmente, Sigfred nem levantou do sofá (acho que ele me detesta) e Carl-Emil foi o único que me deu um

Sentindo falta...

Já mudei de família e agora aqui no meu novo quarto. De repente me deu uma saudade....saudade não só da minha família e amigos, mas do povo brasileiro em geral, daquele povo que é fácil de conversar e fazer amizade, que tem iniciativa, que é aberto, que dá aquele abraço na hora que você precisa, que dá carinho... Sinto falta da minhas amigas que me conhecem bem, que sabem que quando eu estou triste eu não preciso de lição de moral, não preciso de nada complexo, que eu só preciso de um abraço e que me façam rir. Sinto falta de ter com quem contar, sem a menor dúvida, de ter a certeza que aquela pessoa estará sempre lá pra mim e que é 100% sincera quanto a isso. Eu tenho amigos aqui? Sim, mas não sinto que são verdadeiros, são muito inconstantes, talvez seja coisa de dinamarquês. Mas não consigo chorar todas minhas lamúrias com uma pessoa com a certeza de que ela quer me ajudar de verdade, de que ela se importa comigo. Tem dias que meus amigos aqui mal respondem minhas perguntas. Só poss

Mudança de família

Me encontro no meio da minha bagunça, papéis em português, inglês, dinamarquês e espanhol, lembrancinhas, roupas, presentes, cartas, tudo que fez parte desses meus seis meses e devem resistir a mais cinco espalhados pelo pequeno quarto que nunca teve cara de meu. O motivo dessa bagunça? Arrumar as malas para mudar de novo. "Mas já?" Sim, já. Não fiquei nem 2 meses aqui enquanto na primeira fiquei quase cinco! Mas a divisão das minhas famílias ficou uma verdadeira bagunça e não me pergunte porque, cansei de tentar explicar. A notícia também me pegou de surpresa, o combinado era ficar aqui dia 19, mas semana passada minha host mãe veio me falar que combinou com minha próxima mãe e eu deveria mudar no dia 7. Eu fiquei em choque "mas isso é daqui...uma semana?". Não é grande coisa, mas detestei saber tão emcima da hora assim. Fato é que só lamento por duas coisas. A primeira é que vou sair de tão perto da cidade e a segunda é que não tive tempo o bastante para me apegar

Neve, neve, mais neve e eu, presa em Oure

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Quando cheguei aqui me disseram que o inverno da Dinamarca era só cinzento, frio, com pouca neve e muita chuva. Não animou nem um pouco. Mas foi uma surpresa quando ainda em novembro alguns flocos de neve começaram a cair. "Isso não é normal por aqui" meu host pai sempre dizia. Depois no meio de dezembro nevou pra valer e depois de mais de uma década a Dinamarca teve um natal branco. Já estava me sentindo super sortuda e quando a neve derreteu nos últimos dias do ano já estava satisfeita e todo mundo contava que a neve tinha acabado. Uma surpresa ainda mais agradável foi ver neve caindo nos primeiros dias do ano e deixando tudo branquinho mais uma vez. Dês de então a neve não derreteu mais. Segunda passada nevou muito, mas muito mesmo, mas o que veio no dia seguinte eu nunca vi igual! Ainda na segunda de noite minha host mãe me avisou "estão falando nos jornais que vira uma tempestade de neve amanhã. Coloque muita roupa quente e eu vou te levar na escola." Eu não de

6 MESES NA DINAMARCA!

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OMG OMG! Já passou da metade galera (considerando que minha mãe não me deixou ficar aqui até o fim de julho)! Passou rápido? Não sei, as vezes penso que sim, que foi ontem que eu cheguei nesse país, perdi minhas malas e meu voo e chorei feito uma louca por achar que um ano era tempo de mais. Mas por outro lado parece que já estou aqui há uma vida! Que eu sempre vivi nesse frio e vento, que sempre peguei esses ônibus e trens para cruzar o país em um único final de semana, que sempre comi esse pão preto maldito, que sempre andei de bicicleta para ir pra escola,sempre usei leggins e blusinhas compridas e sempre tive essas pessoas maravilhosas ao meu lado. O que mais me faz pensar que se passou muito tempo é o tanto que mudei. Mudei muito e aquela Luiza que saiu do Brasil não é a mesma que está aqui agora escrevendo pra vocês. A antiga Luiza era extremamente tímida que quase morria para conversar com gente nova, ela tinha medo do novo, tinha medo da solidão, detestava e se sentia uma lesad