Três dias em Bangkok - A Capital da Tailândia


Antes de contar o que fizemos em Bangkok, preciso contar a jornada nada comum que tivemos para chegar à cidade.

Eu sempre tento economizar ao máximo em minhas viagens, tanto de dinheiro quanto de tempo. Por conta disso viajar durante a noite é uma ótima alternativa para determinadas distâncias, já que não gasto muito com passagem de avião, economizo uma diária de hostel e ainda economizo muito tempo, já que posso curtir um dia inteiro em uma cidade, viajar de noite, e já acordar explorando.

Foi pensando nisso que optamos pelo sleep train de Chiang Mai para Bangkok, viagem que durou quase 14h. O trem tem de opção de 1ª Classe, vagão com ar condicionado e sem ar condicionado, além de você optar pela cama de cima ou de baixo. Nós pegamos a cama de cima com ar condicionado e pagamos 70 reais pela passagem. 

Li muitos relatos cheios de elogios ao trem e estava mais que tranquila para viajar, mas quando entramos no trem tomamos um baita susto. Era um trem bem velho, bem apertado e sem nenhum sinal de lugar para dormir, apenas duas poltronas que mal sentavam duas pessoas. E o pior, não vimos nada que pudesse esboçar uma cama superior, onde iríamos dormir? Pra piorar nosso desespero momentâneo percebemos uma espécie de bagageiro no alto de nossas cabeças, bem pequeno e sujinho, e já rolou uma claustrofobia ao imaginar que dormiríamos ali dentro.
Nossa caminha luxuosa
Rodeadas de tailandeses que não falavam inglês, passamos muito tempo alternando entre rir da nossa própria cara e pensamentos preocupados. Porém logo o funcionário do trem juntou as duas poltronas de baixo e abriu o bagageiro duvidoso, revelando deliciosas e limpas caminhas. Dormimos muito bem, obrigada, e recomendo a experiência sem medo. Mas pegue o com ar condicionado, sem não vale a pena pois as janelas ficam completamente abertas e não é legal.

Chegamos bem em Bangkok, deixamos nossas coisas no hostel e partimos para conhecer a cidade.

Dia 1:

Que cidade quente, MEU DEUS! Além do calor infernal a cidade estava lotada de turistas, o que parecia aumentar a sensação de estar dentro de um forno ainda mais. Sentimos falta do clima ameno e das brisas de Chiang Mai. 

Fomos direto à atração mais famosa da cidade, o Gran Palace, onde podemos ver o (pequeno) Buddha de Esmeralda, que na verdade é de jade. O ingresso custa 50 reais e para entrar você precisa estar vestido de maneira adequada. No geral para entrar nos templos da Tailândia é necessário cobrir os ombros e joelhos, um lenço basta para esse propósito, mas para o Gran Palace o Lenço não serve. Lá a blusa deve de fato tampar tudo, decote e obros, só amarrar um lenço na cintura não serve e calças leggins ou muito justas também não são permitidas. Na porta da atração há roupas para emprestar, mas, sério, não tem coisa mais feia. Fui obrigada a usar uma blusa deles e não fiquei nada feliz. Quanto à atração confesso que não foi minha favorita, tinha gente demais e pela fama do lugar eu esperava mais. Mas de fato é parada obrigatória em Bangkok.
Que tal minha linda camisa?

Em seguida fomos ao Wat Pho, o templo que abriga o maior Buddha reclinado do mundo, a posição que simboliza o nirvana de Buddha antes de sua morte. É realmente incrível, vale muito mais que os míseros 5 reais que cobram de entrada e é bem mais tranquilo que o Gran Palace. Imperdível.

Em seguida fomos ao famoso mercado Chatuchak. É um mercado que só funciona aos fins de semana e vende de TUDO, desde roupas maravilhosas, à comidas de todos os tipos e animais ilegais, tudo por um precinho bem camarada. Como disseram umas brasileiras fofas que conhecemos em Chiang Mai, é um Aliexpress a céu aberto. Mesmo não comprando quase nada amamos o lugar, é uma loucura de cores, cheiros e pessoas. Só não curtimos a parte dos animais, é meio assustador e bem triste, mas se você estiver em Bangkok no fim de semana, não deixe de ir.
Buddha Reclinado

Nossa noite terminou na famosa Khao Shan Road, simplesmente o melhor lugar para beber, comprar, fazer tatuagens, comer, fazer massagem, conhecer pessoas, tudo em um lugar só. E sim, comemos escorpião, larvas, grilos e tudo que tínhamos direito.

Dia 2:

Nosso segundo dia em Bangkok não foi exatamente em Bangkok, foi em uma cidade chamada Ayuthaya, perto da capital. A cidade a 80km de Bkk foi a capital do Reino Siam e hoje reúne diversas ruínas que formam o centro histórico incrível da cidade.


Para chegar à cidade você pode fechar um pacote turístico privado, ir de trem, taxi ou van. Como a van era o mais barato, foi o que escolhemos. É bem simples, todas as vans saem de um mesmo ponto, próximo ao Victory Monumento BTS Station. Você entra na fila e paga por volta de 12 reais ida e volta para a cidade de Ayuthaya. Lá na cidade a van para em um local onde vários guias se encontram. Você pode fechar grupos ali mesmo e acordar o preço com os guias. Nos juntamos com duas espanholas e fechamos um carro para 5 pessoas por 30 reais, tipo 6 reais por pessoa! Mas nosso guia foi tão maravilhoso que decidimos dar mais dinheiro.

O tour é de 4 horas e passa por vários pontos da cidade, sendo que você tem flexibilidade para escolher quais lugar prefere e se quer mais ou menos tempo de passeio. Ficamos tão encantadas com a cidade e nosso maravilhoso guia, o Mr. Pok, que pagamos por mais tempo.

Nosso grupinho e o querido Mr. Pok


 Durante o dia fomos a diversos templos e ruínas, tantos que precisaria de mais de um post para falar de todos. Vimos um templo de arquitetura típica do Camboja, ruínas de templos em que todos as imagens de Buddha tiveram suas cabeças cortadas, o maior Buddha sentado dourado dentro de um templo, aprendemos sobre as cores budistas de cada uma (a minha é rosa) e as diferentes posições de Buddha com os respectivos significados. Foi um passeio muito agradável e de uma sabedoria incomparável, saímos ainda mais apaixonadas pela cultura tailandesa.






De volta à Bangkok, fomos direto para a Kao Shan Road curtir aquela loucura maravilhosa. Entre buckets com bebidas duvidosas, boates malucas, coreanas dançarinas, tatuagens de henna e insetos comestíveis, é seguro dizer que faltou pouca coisa pra gente ver naquela noite tailandesa.


Dia 3:

Pela manhã fomos a Snake Farm. Fui bem sem expectativa porque na verdade era só um passeio que encaixamos antes do trem para Koh Tao, bem simples e bem curto, que não comprometeria o nosso dia.

Começou meio parado, ver cobras em grandes aquários não é das coisas mais emocionantes que já fiz na minha vida, mas explorando mais o lugar percebemos que ali não era apenas uma exposição de cobras, mas sim um instituto que as estuda e realiza diversas pesquisas importantes na área, aprendemos um bocado sobre esses bichinhos.

O passeio termina com um show assustador de cobras venenosas que confesso que não foi nada zen. Por fim o apresentador pede um voluntário para participar do show e eu, ignorando que o convite era claramente para crianças, dei um pulo e gritei "EU". Sem graça de negar o meu entusiasmo, fui chamada e olha a surpresinha que me arrumaram:

Fomos para estação de trem e partimos para mais uma cidade, agora começavam as férias das nossas férias: PRAIA!